Primavera Nacional
Primavera NacionalLyrics

Re(vira)volta

Re (vira) volta - Primavera Nacional. Nunca mudou nem nunca mudará. E nesse grito, eu cito e recito Racionais. Como é que eu vou fazer uma letra diferente. Se eu paro olho pra frente. e vejo que os problemas são iguais. Pobre povo pede pão, peço socorro, ajude. Propaganda, campanha, eleição, prefeito ilude. Fica em mim a sensação, será que fiz o que pude. E colo lá no postinho e tem tudo, menos saúde. Na quebrada molecada sem renda sem ir pra escola. Alguns cola só pela merenda, no recreio jogar bola. Aquela velha história resultado claro igual farol. Nota zero na escola, nota dez futebol. Aê só que não, se liga só. Nada muda, o pouco que mudou foi pra pior. Veio a copa, bilhões gastos pelo bem comum. Sem retorno, manchete, fracasso, Brasil nota sete a um. O trem tá feio, e os pivete do recreio, lembra. Foram pra escola mas roubaram deles a merenda. Então entenda pensa nisso antes de votar. Até merenda das crianças os caras "quer" levar. Eles de terno e gravata, ricos em patrocínio. Nós na luta e nada, aflitos em declínio. Na madruga em casa, fico no raciocínio. Pois nos roubam, nos matam, tipo latrocínio. Mas ninguém vai preso, sai todo mundo ileso. E o mais louco em tudo isso. é que eu nem fico mais surpreso. Nosso progresso "ta" tipo a dança que o índio faz. Um "passin" pra frente, dois "passin" pra trás. Tu ri eu "Rio 2016", "olimpiada" é a piada da vez. Mais bilhões gastos pra encenar um brasil que não existe. Maquiar nossa miséria não nos faz menos tristes. Eu "tô" é muito insatisfeito com a patifaria dos eleitos. É sempre a mesma merda nunca faz nada direito. Já to cansado, esgotado chega de lambança. É primavera nacional e eu vim foi pra cobrar mudança!. Veja o sistema. Dentro de si tema. Por fora na trema. Pois quem treme é a gema. Central irreal, visual, estatal. Desigual, dogmal, capital, viceral. O bom na mão do mal. "Nois" morre é normal. Real mudança mental. Primavera nacional. Esquinas vazias, madrugada fria. 5 da manhã sem o nascer do sol. Perigo das ruas, só fico na minha. Pesco e não fisgou e perdeu o anzol. Se os gambé te para, da tapa na cara. Segura e segue e devolve nas track. Tem uns pé de breque, as minas os muleque. Quem trampa, quem estuda e eu que faço uns rap's. Descrevo a vida, procuro sentido, instinto, menino. Descrito destino, distinto seguindo do corre corrido. Bolado mudado com amigos do lado. Do lado do bem, do lado do mal. No fim da trilha o seu final. Sem estorias, mundo real. Procede, precede moral. Pelas esquinas madruga, olhando antes de atravessar. Viatura apagada, é solo inimigo, saiba pisar. Mas é suspeito meu modo, de agir, vestir e de pensar. Lugarizam minha vida, e não teorizam um bom lugar!. Pois nada muda, efeito borboleta associará. Discuta, disputa, dispara, diz pátria que parirá. Parto sangue, suor e dor e o odor te incomodará. Nasce mutua, luta, crua, que não e calará. No Déjà vu social, primavera nacional verá. Quimeras serão real, pós o caos que se instalará. Mas agora, busão queimado. e a tropa de choque a chegar. E a guerra não declarada, dessa vez por nós será. Um sonho, uma revolução para se cantar. Tem revolta, o sonho o canto, acorda e bora lutar. Toma de assalto a mão armada. Panthers, Malcolm, Marighella. Atualiza, pesquisa, visa, realidade. Lute nela!. Distorce, prece e clemência. Problema, sempre em vigência. Acesso, sem permanência. Direitos, sempre em ausência. Verdades sem reticências. Valorize, sua vivência. Hip hop, uma ciência. Observe, as referências. Eles come, "nóis" passa fome. Eles goza, "nóis" se retrai. Eles suja, "nóis" limpa e some. Eles te acham, pisa e sai. Eles jogam fora teu nome. Neguinho é o "carai". Sou fúria negra e ressuscito. Como disse Racionais. No horizontal, o vertical. É pessoal, até demais. Nos atingem num plural. Mas num plural. Que aqui jaz. O que nos une é a dor. E a dor que sentimos atrai. O sangue o suor e a luta. E a paz de meus ancestrais. Que moldou nossa conduta. Vingança não, justiça. E quer dizer tombar o estado. Genocida e elitista. Discuta, reluta, muda. Milita, estuda e revisa. Mas repressão matou mais um. Arma do crime: policia!. Ouvi dizer que a luta é em vão? Fela. Não, não, não. Cada sorriso uma conquista. Cada injustiça, desconstrução, guerra. Dormindo pouco, fundei meu próprio clube da luta. Pra acabar com esse preconceito. E toda essa falta de conduta imunda. Meu cangaço é moderno. Manifesto e digital. Protesta por cada direito. E faz fascista passar mal. Revolução é a locomotiva da história, Marx. Mas tem que ser práxis, não pode relax. Se não, não tem paz, leks. Combate com artes. Tipo Rosa Parks. Não vou ser livre em partes, check. A história se repete. Em versões mais cruéis. Não se invertem os papéis, (flash) back. Pm trata como peste. Descarregou o fuzil. Cinco neguinho subiu, preces. Vê se larga esse back. Acorda pra vida e se mantém forte, sóbrio. Esperto e ligeiro, tipo flash. Se concentra na track. Seguimos famintos, pode pá. Assim como baleia. Sonhamos com um mundo cheio de preás. E ninguém vai me segurar. Eu sei qual é o meu lugar. E atravesso uma mata inteira igual. Domingo passos se duvidar. Forte igual Shaka Zulu. Minha tropa avança. E se vier me matar. 3 em meu lugar é minha vingança. A ideia é pesada e cansa? Aham, sem problema. "Vamo" bater na mesma tecla. Até travar o sistema. Nunca mudou nem nunca mudará. Letra pesada, né?. Igual a chibatada nos meus ancestrais. Nunca mudou nem nunca mudará. Tem pena de morte pro crime ser pobre. E cêis diz que os rap é violento demais?. Nunca mudou nem nunca mudará. A gente renasce todo dia pra acabar com a matança. Nunca mudou nem nunca mudará. É Primavera Nacional que veio pra cobrar mudança!

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