Cara Estranho

Olha só, que cara estranho que chegou. Parece não achar lugar. No corpo em que Deus lhe encarnou. Tropeça a cada quarteirão. Não mede a força que já tem. Exibe à frente o coração. Que não divide com ninguém. Tem tudo sempre às suas mãos. Mas leva a cruz um pouco além. Talhando feito um artesão. A imagem de um rapaz de bem. Olha ali quem tá pedindo aprovação. Não sabe nem pra onde ir. Se alguém não aponta a direção. Periga nunca se encontrar. Será que ele vai perceber. Que foge sempre do lugar. Deixando o ódio se esconder. Talvez se nunca mais tentar. Viver o cara da TV. Que vence a briga sem suar. E ganha aplausos sem querer. Faz parte desse jogo. Dizer ao mundo todo. Que só conhece o seu quinhão ruim. É simples desse jeito. Quando se encolhe o peito. E finge não haver competição. É a solução de quem não quer. Perder aquilo que já tem. E fecha a mão pro que há de vir

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